AS POTÊNCIAS MAÇÔNICAS E AS ACADEMIAS

AS POTÊNCIAS MAÇÔNICAS E AS ACADEMIAS DE LETRAS, ARTES E CIÊNCIAS MAÇÔNICAS

Não se sabe ao certo quando surgiu a Maçonaria no mundo, embora existam mais de duzentas teorias a respeito, inclusive uma que diz que Adão era Maçom e que Jesus Cristo foi iniciado pelos Essênios, uma ordem iniciática. Outras teorias, dizem que a maçonaria surgiu nos tempos dos Faraós.

Mas, recentemente, há informações que a Maçonaria surgiu nos Collegias Frabrorum, no período do Império Romano. Fala-se nas Guildas onde teria começado o embrião maçônico, etc. Porém, a maçonaria começou a se estruturar, como tal, no período da Idade Média, quando surgiu a Maçonaria Operativa e que transformou-se em Maçonaria Especulativa, com o advento da Grande Loja de Londres, considerada a Grande Loja Mãe do período moderno da maçonaria.

Porém, antes do surgimento desta Grande Loja, em 24 de junho de 1717, existiam tão somente as Lojas, como centro de reunião dos adeptos da Velha Confraria, embora já existisse na Escócia intensa atividade maçônica.

A figura da Grande Loja, surgiu, então, para congregar as Lojas já existentes, cada uma fazendo uso de um ritual particular, com seus membros atuando livremente em lojas livres. Contudo, já existiam em uso alguns manuscritos nos quais eram estabelecidos os princípios morais a serem seguidos pelas primeiras Lojas de que se tem notícia.

Com destaque para os Landmarks, que são a base da Franco-Maçonaria, advinda da Maçonaria Operativa, cuja denominação foi derivada da Bíblia pelos seguidores da Arte Real, os quais apareceram pela primeira vez no Livro das Constituições de Anderson, juntamente com as Old Charges.

Em 19 de setembro de 1721, foram atribuídas ao Irmão Anderson as funções de dirigir e traçar o plano de uma constituição, que encerrasse o conteúdo dos antigos documentos, Livros de Lojas etc., e as circunstâncias. O trabalho de Anderson intitulado de: História, Obrigações, Organização e Poesias, foi examinado por uma comissão que aprovou tal documento, publicando-o em 1723, sob o título Constituição dos Franc-Maçons, contendo História, Obrigações, Organizações e Poesias. Desde então, se considerou esta Constituição como o principal documento e a base legal da sociedade dos Franco-Maçons.

De Londres, a Maçonaria se estendeu para outros países, onde foram surgindo organizações que passaram a se chamar de Potência Maçônica - Grande Loja na maioria delas -, nas quais foram sendo criadas outras Constituições, chegando ao Brasil em 1822, com a fundação do Grande Oriente do Brasil, considerado a Potência Mãe brasileira.

Com o advento do período especulativo da Maçonaria, com o ingresso de intelectuais - filósofos, etc., a instituição maçônica passa a sofrer influência de teorias ou ideologias filosóficas, tais como o iluminismo que absorveu o positivismo, agnosticismo, teologismo, absolutismo, democracia, humanismo - humanitarismo, liberalismo, daí surgindo a federação e a confederação, como forma de estruturação potencial.

Donde se percebe a complexidade em que se transformou a Maçonaria, cujo estudo requer profundo conhecimento das diversas influências filosóficas e de ideologias e regimes políticos, que foram absorvidas por ela no decorrer dos tempos e até o dias atuais.

Daí surgem alguns questionamentos: onde entram as atuais Academias Maçônicas de Letras, Artes e Ciências, nesta instituição chamada Maçonaria? Qual deve ser o papel destas entidades literárias culturais, sem vínculos diretos com as chamadas Potências Maçônicas? Qual ou quais deverão ser os objetivos destes sodalícios de letras?

No meu modesto pensar, deve-se levar em consideração de que na Maçonaria existem duas áreas específicas e bem delineadas: A Educação Maçônica, que trata exclusivamente do estudo dos Ritos, Rituais e suas Ritualidades, que aliás é a função báscia da Loja no Simbolismo Maçônico. E a Cultura Maçônica que trata de tudo o mais que diz respeito à Ordem Maçônica.

E neste sentido, a meu sentir, as Academias, ditas Maçônicas, devem se preocupar e dedicar seu tempo ao estudo de tudo que envolve a Cultura Maçônica e não maçônica, com ênfase para o estudo dos filósofos e ideólogos, cujas teorias influenciaram a construção do atual edifício cultural da Ordem Maçônica, no Mundo e no Brasil.

Portanto, e por isso, surgiu no mundo acadêmico maçônico a Academia Nacional de Maçons Imortais - ANMI, que pretende dentro de suas naturais limitações empreender estudos e apresentar produtos literários e culturais, em nível de qualidade, que possam servir de subsídios para os nossos irmãos dedicados ao estudo de nossa Ordem, como um todo, e, em particular, a maçonaria praticada no Brasil.

Brasília, DF, 10 de setembro de 2024


HELIO P. LEITE
um eterno buscador
Presidente da ANMI

Cadeira 33

Patrono: Joaquim Gonçalves Ledo

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