GRÃO-MESTRES GERAIS DO GRANDE ORIENTE DO BRASIL



De Osíres Teixeira a Ademir Cândido da Silva

Ao longo de minha caminhada maçônica, que começou no dia 26 de fevereiro de 1966, quando vivenciei um ritual de passagem na Loja União e Silêncio n° 1582, com sede da cidade satélite de Taguatinga-DF, venho assistindo o desenrolar da Maçonaria no Brasil, desde o Grão-Mestrado de Álvaro Palmeira até os dias atuais! E lá se vão 58 anos como obreiro, como gestor, como assessor e como expectador da cena maçônica brasileira.

Porém, a minha maior participação começou com a mudança da sede do Grande Oriente do Brasil para Brasília, considerada pelos maçons da época, como uma grande epopéia maçônica, e, por isso, e a partir daí, a nossa federação maçônica inicia um novo tempo, que teve início em 1978, até o presente momento, num interregno de 46 anos.

De junho de 1978 até junho de 2023, o Grande Oriente do Brasil foi administrado pelos seguintes Grão-Mestres Gerais: Osíres Teixeira, Jair Assis Ribeiro, Francisco Murilo Pinto, Laelso Rodrigues, Marcos José da Silva, Múcio Bonifácio Guimarães e Ademir Cândido da Silva. Cada um com seu estilo pessoal de liderar e de administrar a Potência Maçônica Mãe da Maçonaria no Brasil. Senão Vejamos!

OSÍRES TEIXEIRA, goiano, senador da república, foi Grão-Mestre Geral Adjunto do GMG Osmane Vieira de Resende. Tomou posse como Grão-Mestre Geral em 24 de junho de 1978, cujo mandato prosseguiu até 1982. Uma de suas primeiras providências foi cumprir determinação constitucional, transferindo a sede do Poder Central do GOB, para Brasília, em 13 de julho de 1978. Somente quem participou do processo de mudança e de instalação dos Três Poderes do GOB em instalações precárias de madeira, sabe a saga que foi vivenciada. O Grão-Mestre Geral Irmão Osíres Teixeira, por isto, tem um lugar de honra, reservado na rica história do Grande Oriente do Brasil, considerado por mim como o Grão-Mestre mudancista.

JAIR ASSIS RIBEIRO, mineiro radicado em Goiás, empresário, foi eleito Grão-Mestre Geral e reeleito por dois mandatos (24/06/1983 a 31/8/1987, e 24/06/1988 a 24/6/1993). Foi o grande construtor do Palácio Maçônico em Brasília, obra magestosa, inaugurado em 1992. Como grande pacificador, articulou o retorno do Grande Oriente do Distrito Federal ao GOB. Criou a Ação Paramaçônica Juvenil-APJ. Promulgou a Constituição de 1990. Subordinou a Loja Estrela de Brasilia ao Poder Central em 1990. Assinou diversos tratados internacionais, entre eles com a Grande Loja Regular de Portugal. Na minha modesta opinião, o Irmão Jair Assis Ribeiro pode ser considerado como o Grão-Mestre Construtor.

FRANCISCO MURILO PINTO, cearense radicado em São Paulo, magistrado, exerceu o cargo de Grão-Mestre Geral no período de 24/06/1993 a 20/10/2000, ao falecer no exercício do cargo. Firmou o histórico e relevante tratado de reconhecimento mútuo om GLESP - Grande Loja do Estado de São Paulo, então sob a direção do Sereníssimo Grão Mestre Salim Zugaib, que possibilitou a relização de tratados com diversas Grandes Lojas dos EUA e com Obediências da América Latina. Esse mesmo tratado, igualmente possibilitou a GLESP obter o reconhecimento da GLUI - Grande Loja Unida da Inglaterra, evento que possibilitou que outras GGLL brasileiras também pudessem obter o reconhecimento de Londres. A partir de sua gestão, o GOB passou a constar na List of Lodges, editada anualmente pelas Grandes Lojas norte-americanas. Celebrou tratados com outras Grandes Lojas Estaduais. Criou a Biblioteca e o Museu Maçônico Ariovaldo Vulcano em 1995. Criou a Editora e Gráfica do GOB e a Revista Minerva. Regulamentou a Fraternidade Feminina Cruzeiro do Sul. Por tudo isto, o nosso Irmão Francisco Murilo Pinto pode ser considerado o Grão-Mestre sem fronteiras.

LAELSO RODRIGUES, paulista, empresário, exerceu o cargo de Grão-Mestre Geral no período de 17/03/2001 a 2008. Sua gestão foi caracterizada pela recuperação das finanças do GOB, reduzindo gastos, encerrando as atividades da Editora e da Gráfica do GOB, cujos equipamentos foram vendidos para terceiros. Buscou sempre a eficiência econômica de nossa Federação Maçônica. Implantou o sistema de informatização nas atividades administrativas. Instalou a Rádio e a TV GOB. Instituiu o projeto "Amazônia: Soberania Nacional". Lutou com todas as suas forças e sabedoria para salvaguardar os interesses do GOB na reforma do Código Civil Brasileiro. Por todas as suas ações, podemos considerar o Irmão Laelso Rodrigues como o Grão-Mestre financista.

MARCOS JOSÉ DA SILVA, carioca, servidor público aposentado, foi o Obreiro que mais tempo exerceu cargos de poder. Foi quatro anos presidente da Assembleia Federal Legislativa, sete anos como Grão-Mestre Geral Adjunto e dez anos como Grão-Mestre Geral. Foi eleito GMG e empossado para os períodos: 2008 a 2018. Reformulou todos os rituais dos Graus 1, 2 e 3. Aprovou vários rituais especiais. Presidiu a Confederação da Maçonaria Interamericana -CMI. Concluiu as obras do Centro Cultural do GOB. Atuamente exerce o cargo de Deputado Federal. Pelo tempo em que fez parte do cenário maçônico em posição de poder, o Irmão Marcos José da Silva pode ser considerado o Grão-Mestre de longo alcance.

MUCIO BONIFÁCIO GUIMARÃES, goiano, servidor público, foi eleito para o cargo de Grão-Mestre Geral e foi empossado para o período de 19/09/2018 a junho de 2023. Enfrentou as dificuldades do período de pandemia no Brasil, que teve início em março de 2020. Mesmo assim, com tirocínio administrativo e político, conseguiu manter em funcionamento a nossa Federação Maçônica. Instituiu, por força das circunstãncia, a maçonaria virtual. Fomentou e liberou a intervisitação interpotêncial brasileira. Celebrou tratatos Internacionais com potências estrangeiras. Celebrou diversos tratados com potências nacionais: Grandes Lojas Estaduais e Grandes Orientes Independendes. Planejou, organizou e realizou um vasto programa em nível nacional, para comemorar os duzentos anos de fundação do Grande Oriente do Brasil, sendo, por isto, considerado o Grão-Mestre Geral do Bicentenário. Em face do legado que deixou registrado em sua passagem pelo Poder Central do GOB, podemos considerá-lo como Grão-Mestre Pacificador.

ADEMIR CÂNDIDO DA SILVA, paulista, advogado, exerceu por vários anos o cargo maçônico de deputado federal, exerceu o cargo de Presidente da Soberana Assembleia Federal Legislativa e o cargo de Grão-Mestre Geral Adjunto na gestão do Soberano Irmão Mucio Bonifácio Guimarães. Foi eleito para o cargo de Grão-Mestre Geral do GOB e empossado para o período de 24/06/2023 a 24/06/2028. Herdou algumas sobras de gestão, com ocorrências conflitantes nos Orientes de Minas Gerais e Bahia, as quais vem administrando com base na equidade e justiça e de acordo com suas possibilidades em atenuar os conflitos então gerados. Conseguiu montar uma equipe de Secretários Gerais de alta competência em gestão e governança. Iniciou uma aproximação institucional com a Administração Pública Brasileira, em seus três Poderes. Estreitou os laços fraternais com os Poderes Legislativo e Judiciário do GOB. Vem aparando arestas institucionais no âmbito de nossa Federação Maçônica, em particular no Distrito Federal, na busca da Paz e da Concórdia entre os irmãos dos Grande Oriente do DF, e deste com os Poderes Executivo e Judiciário do GOB. Por tudo isto, em que pese o pouco tempo de sua gestão, o Irmão Ademir Cândido da Silva pode ser considerado o Grão-Mestre Geral conciliador.

E, assim, é possível perceber que cada um dos Irmãos que exerceram o honroso cargo de Grão-Mestre Geral do GOB - de Osíres Teixeira a Ademir Cândido da Silva -, deixaram um legado digno de registro para os anais da rica história de nossa Federação Maçônica, cujo prosseguimento está no momento nas mãos do nosso atual Grão-Mestre Geral, que com certeza trabalhará com afinco para construir em sua gestão um futuro promissor para o Grande Oriente do Brasil.

Brasília, DF, 19 de agosto de 2024 - véspera do Dia do Maçom brasileiro


HELIO P. LEITE
um eterno buscador
Presidente da ANM

Cadeira 33

Patrono: Joaquim Gonçalves Ledo

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