A EDUCAÇÃO E A CULTURA MAÇÔNICA NO ÂMBITO DAS ACADEMIAS

A EDUCAÇÃO E A CULTURA MAÇÔNICA NO ÂMBITO DAS ACADEMIAS MAÇÔNICAS DE LETRAS, ARTES E CIÊNCIAS

Antes de adentrar nos aspectos que envolvem estas duas áreas do saber no ambiente maçônico, se faz necessário distinguir o que seja educação e cultura maçônica, para que possamos a partir de uma conceituação bem diferenciar qual a finalidade de cada uma destas duas temáticas.

Assim, entende-se por Educação Maçônica tudo que diz respeito ao estudo dos Ritos, dos Rituais, des suas ritualidades e de seus atos litúrgicos, que constituem a base fundamental do ensinamento propriamente dito das atividades esotéricas desenvolvidas em uma Loja do Simbolismo Maçônico.

A Educação Maçônica então é a atividade que envolve o conhecimento e a prática dos Ritos e Rituais adotados por uma Potência Maçõnica e que por sua vez são escolhidos pelas Oficinas Maçõnicas para desenvolverem suas atividades ritualísticas, no interior de um Templo Maçônico.

No Brasil, as Potências Maçônicas regulares adotam oito ritos: Rito Escocês Antigo e Aceito, Rito Moderno ou Francês, Adonhiramita, Schroeder, Brasileiro, de York, York Americano, e o Escocês Retificado. Cada um com suas particulares e peculiaridades.

O estudo dos Ritos e seus Rituais, portanto, faz parte da Educação Maçõnica, propriamente dita. É uma área vastissima de informações, que demanda estudos específicos para cada um dos Ritos, então adotado por uma Loja Maçônica. E nesta área se destacam os maçons que se dedicam ao estudo desta matéria, conhecidos como ritualistas.

É uma área do saber maçônico que exige permanente atualização por parte dos obreiros conhecidos como ritualistas, em razão das constantes mudanças e ou atualizações de normas, de regras, de entendimentos, de supressões ou de ampliações, que são excluídas ou introduzidas em cada um dos Ritos adotados por uma Potência Maçõnica. Razão porque, raramente não maçons se dedicam a pesquisar sobre esta área do saber maçônico.

Por outro lado, a Cultura Maçônica é tudo mais que diz respeito a Maçonaria em si, sua origem, sua história, seus personagens, suas tradições, seus princípios fundamentais, seis feitos históricos, sua caminhada ao longo do tempo, desde as suas primeiras manifestações em cada país onde surgiu, sua arquitetura, suas esculturas, seus muséus, sua medalística, suas normas protocolares, sua filatelia, compositores maçons famosos, etc.

A Cultura Maçônica é estudada não só por maçons, mas também por não maçons, que militam no mundo acadêmico, no Brasil e em outros países. Até porque no ambiente cultural, admite-se pesquisadores, autores e interessados na temática maçônica que sequer são maçons, numa evidência que a cultura não tem fronteiras de nenhuma espécie, principalmente as de natureza corporativa.

Valendo destacar, por oportuno, as teses transformadas em livros dos seguintes acadêmicos não iniciados na Maçonaria, como por exemplo:

- Maçonaria, Sociabilidade ilustrada e Independência do Brasil (1790 - 1822), Alexandre Mansur Barata.

- A Maçonaria Gaucha no Século XIX, Eliane Lucia Colussi.

- A Maçonaria e Pacifismo na Espanha Contemporânea, Padre José Antonio Ferrer Benimeli e Manuel A. de Paz Sanchez. A Trolha.

- O Conceito de Deus na Maçonaria, Frei Valério Alberton.

- Intrépidos Romeiros do Progresso: Maçons Cearenses no Império, Berenice Abreu de Castro Neves.

E é nesta área do saber que atuam as ditas Academias Maçônicas, ou seja, na área da Cultura Maçônica, nas quais se filiam maçons dedicados às áreas que dizem respeito à literatura, a poesia, as artes plásticas, etc.

Estas Academias, são entidades independentes, ou seja, não são partes integrantes de nenhuma Potência Maçõnica regular, instalada no território brasileiro, em face de sua autonomia jurídica, como entidades culturais sem fins lucrativos, nas quais participam maçons que prestam obediência à varias potências maçônicas.

Neste sentido as Academias Maçônicas devem ser vistas e consideradas no contexto maçônico brasileiro, como organizações culturais dedicadas ao estudo da Cultura Maçõnica e que muito podem constribuir para a formação cultural de nossos Obreiros, desde que solicitadas a construir parcerias, na produção de artigos, ensaios, teses, palestras, etc. a serem oferecidas às nossas Lojas do Simbolismo Maçônico.

Da mesma forma, as Academias devem produzir textos em níveis de excelência, que possam ser oferecidos ás empresas editoras de livros com temática maçônica, até porque no momento existe uma grande demanda por bom textos.

E é nesta área que a Academia Nacional de Maçons Imortais - ANMI pretende atuar, produzindo bom textos que possam preencher a grande lacuna atualmente existente no setor editorial de livros ditos maçônicos.

Brasília, DF, 14 de agosto de 2024


HELIO P. LEITE
um eterno buscador
Presidente da ANM

Cadeira 33

Patrono: Joaquim Gonçalves Ledo

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